☄No princípio, era o modem discado. Ok, eu vou pular esta parte antes que você fique cansado, mas saiba que eu estava lá, abrindo caminho na mata selvagem dessa internet, desde 1995, que foi quando ela chegou por aqui.
Neste início a coisa era um pouco crua, lenta, paciente mesmo. O primeiro mentor foi um tal de Nilsen, que pregava sobre a simplicidade das coisas, dos sites, dos designs.
Era uma época confusa, onde os sites se traduziam em portais piscantes, tentando chamar sua atenção. E Nilsen avisou: só o Google vai sobreviver. Mas ninguém dava muita bola para ele. Sim, o Google era um site bem simples, como continua sendo. Sua grandeza é de um iceberg, onde a ponta aparente é bem simples mas a base escondida abriga milhares de informações complexas, longe dos olhos dos usuários comuns. E foi justamente sua simplicidade o que permitiu tantos usuários trazerem seus dados para ele.
⛰ Estudei Publicidade e já entrei resolvida a ser designer. Eu nem dei chance para as outras matérias, mas o bichinho de Marketing me mordeu lá quase no final do curso. Trabalhei como Designer Gráfico e meu primeiro CV era uma história em quadrinhos, por isso fiquei um pouco conhecida aqui na cidade como a “menina da história em quadrinhos”. E como amava essa tal de internet, passei a ser WebDesigner, era o nome chique da época. Fiz muitos sites, até para personalidades baianas como o Juca Chaves e um blog para uma Abravanel que não posso dizer o nome. Fiz uma Pós Graduação em Design de Interfaces (super prafrentex) e não sendo suficiente resolvi fazer outra Pós Graduação chamada Design Instrucional com ênfase em Novas Tecnologias. Um curso tão avançado, mas tão avançado que só utilizar 20 anos depois, quando realmente trabalhei com um Expert Digital que faz cursos incríveis online, chamado Adriano Gianini.
🛩 Nesses meio tempo eu já briguei com o Design, rompemos relações por vários motivos mas sempre acabávamos voltando depois. Como aquele casal de amigos que você conhece que não conseguem ficar longe mas de vez em quando se separam. Éramos assim também, eu e o Design.
🚁 E nesses separações fui fazer outras coisas com meu outro amor, o Marketing. Fiz um MBA em Marketing pela USP, e trabalhei na área de diversas formas. Descobri que adoro resolver problemas. O cliente chega com um problema, os olhos até brilham, desde que a vontade dele em resolver seja real. Sim tem gente que diz que quer resolver, mas não quer, acredite. E não são poucos. Na maioria das vezes o ego fica no caminho. As vezes o empreendedor não consegue ver o que o cliente realmente quer. Porque é para isso que eu vivo. Para entender pessoas. Meu perfil é de empatia e sou muito boa em entender o consumidor. Mas não nasci boa, foi a curiosidade que me permitiu sair do Design (nas vezes que nós brigamos) e perguntar, o que essa pessoa queria ao pedir essa arte? Porque inventaram esse produto? O que as pessoas querem comprar?
Essa “pulada de cerca” me levou a trabalhar 10 anos em pesquisa em uma agência de Londres, chamada **Mintel GNPDMintel**, e remotamente, em uma época que não era moda e ninguém entendia como me pagavam para trabalhar de casa. Trabalhei mais um ano em pesquisa chamada Art Insight, uma empresa incrível de São Paulo que me deu uma incrível oportunidade de atuar até como moderadora e foi muito aprendizado.
A saudade bateu e voltei para o Design. Dessa vez uma amiga também estava empolgada, resolvemos ser “Dona e Proprietária” como dizemos aqui em Salvador, para ressaltar as iniciativas empreendedoras, e montamos nossa Mini Agência, chamada Atypical. E voltei a trabalhar com Design, tanto gráfico quanto digital. Acontece que não era só isso, a gente também tinha que atender o cliente, e fazer de tudo para não perdê-lo. Ou seja, eventos, estratégias, o que fosse preciso para cada pequeno negócio que estava sendo confiado a nós, prosperar. Foi uma escola, mas foi cansativo. Cansamos de ser empreendedoras e queríamos trabalhar para alguém, não passar as noites sonhando com clientes. E assim foi. Cada uma seguiu para um lado.
Fui trabalhar em uma fábrica de Brindes, chamada BB Brindes, como coordenadora da operação de MKT o que também me trazia de volta para o Design. E mais tarde trabalhei como Designer no Departamento de Comunicação da CODEBA, aqui no Porto de Salvador. Um dos lugares com a paisagem mais linda que você pode imaginar. E logo veio uma tal de Pandemia, então tivemos todos que nos reinventar.
Lá fui eu para o mercado em busca do meu lugar ao sol, mas dessa vez eu era Social Media, muito mais do que um rostinho bonito para meus clientes, eu dava conteúdo.
🚀 E um belo dia, resolvemos nos separar mais uma vez. Uma empresa me chamou para trabalhar como Estrategista de Funil e Especialista em E-mail Marketing. “Diabéisso” de Funil? Eu sabia na teoria um pouco, mas nada da prática. Porém o velho e-mail eu conhecia. Confesso que desprezei ele por um tempo e pedi até desculpas. Agora ele é um senhor super respeitável e me ensinou muito. Não, a vaga não era só para passar email. Sim, as pessoas ainda leem e reagem a um bom e intencional e-mail. E mergulhei eu nesse universo, caminhando por caminhos já conhecidos mas que agora mudaram de nome, como o copywriter. Chique né? Funnel Fundamentals, KPIs, Tráfego, Neuromarkting…gente eu estudei tantas coisas que nem sei como conseguia dormir.
💥 Mas entreguei resultados interessantes: quando eu cheguei na empresa o email era o 4º responsável pelas recuperações de vendas. Em um ano ele chegou em 1º lugar nas vendas, sendo que existia uma equipe comercial com 4 pessoas concorrendo com essa média. Junto com o a equipe de Tráfego, lançamos um produto com venda de 285 itens em um final de semana de testes. Uma bagatela de 28K para o cliente com um pequeno produto. Não posso comentar sobre os lançamentos grandes por confidencialidade aos clientes, mas o e-mail é uma das ferramentas mais importantes que temos quando bem utilizada. Quando não é o condutor principal, ele é fundamental até como secundário, porque recupera as vendas dos indecisos e isso pode ser até 20% do faturamento de uma empresa.
🧡 O fato é que me apaixonei por ele também. Hoje é como me defino. ESTRATEGISTA DE EMAIL MARKETING E FUNIS. (Eu sei que você pensou na marchinha carnavalesca assim que eu mencionei isso; “eu sou, da turma do funil, todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto”…pode parar porque eu nem bebo viu?)
🧡 Mas sabe o que eu descobri hoje? Que eu e o Design nunca nos separamos. Ele esteve comigo o tempo todo e na verdade sempre vai estar por aqui. Eu deveria me chamar de Designer de Estratégias em E-mail e Funil de Marketing. Estou pensando realmente nisso.
Obrigada por ter ficado até o fim.
Abraços,
Juliana Galluccio